“O capitalismo se forma no seio de sociedades mercantis e monetárias da Europa ocidental. Mas inúmeras sociedades mercantis e monetárias funcionaram no mundo sem que nelas se desenvolvesse essa nova forma, dotada de uma excepcional capacidade criativa e destrutiva, o capitalismo. ”
O autor vem nos informar nesse trecho que o capitalismo não é algo que surge propriamente com as revoluções industriais, estas possuindo seu ponto inicial mais ou menos em meados do Séc. XVIII. Assim observa-se a formação desse que se torna um sistema mundial a partir das sociedades mercantis, onde nos livros chamamos de MERCANTILISMO, sistema no qual o Estado absoluto tornar-se o grande provedor na economia, patrocinando grandes navegadores que irão desbravar os oceanos na busca de “novas” e de seus tesouros naturais, outras expedições tinham como objetivo encontrar novas rotas navegáveis fomentadoras para novas transações comerciais. Temos então neste momento o período das Grandes Navegações, podemos pegar esse momento explanado pelo autor que vai do Séc. XV até o Séc. XVIII.
“Monarcas ávidos de grandezas e de riquezas, Estados lutando pela supremacia, mercadores e banqueiros encorajados ao enriquecimento: são estas as forças que promoverão o comércio, as conquistas e as guerras, sistematizarão a pilhagem, organizarão o tráfico de escravos, prenderão os vagabundos para obrigá-los a trabalhar. “
O Mercantilismo baseia-se num fortalecimento do Estado, reis que centralizam o poder e busca manter de qualquer forma. Para isso são necessários recursos, muitos recursos, no qual serão dirigidos à máquina de guerra estatal e expansão do império. Como promover esse crescimento? Através daquilo que o autor cita como sendo pilhagem.
A invasão de novas terras serão o palco de saques aos recursos naturais, destruição de civilizações nativas, a África torna-se o celeiro da mão-de-obra barata (onde os portugueses eram tidos como os melhores traficantes de escravos deste período)
O Novo Mundo (América do Norte), América do Sul, Central, O Brasil, foram consequências do Mercantilismo que se firmava no Velho Mundo e com influências em outras partes.
Essa pequena passagem do livro reflete um pouco do que foi subtraído pelos espanhóis na América:
“Em 1503, o primeiro carregamento de metais preciosos vem das Antilhas; em 1519, começa a pilhagem do tesouro dos astecas do México; em 1534, a dos incas do Peru» No Peru:
Os conquistadores viram 1 300 000 onças de ouro numa única pilha. Acharam quatro grandes estátuas de sacerdotes e uma dúzia de estátuas de mulheres de ouro fino em tamanho natural. O rei ofereceu como resgate uma camâra cheia de ouro; seus súditos tinham, nos jardins, nas casas e nos templos, árvores, flores, pássaros e animais de ouro; os utensílios eram de ouro, e placas de prata, com vinte pés de comprimento, dois pés de largura e dois dedos de espessura, serviam de mesa.
De acordo com os dados oficiais, dezoito mil toneladas de prata e duzentas toneladas de ouro foram transferidas da América para a Espanha entre 1521 e 1660; de acordo com outras estimativas, o dobro.”